Depois de dez anos de pesquisas, a Embrapa Agrobiologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, identificou três variedades (Gramafante, Cameroon Piracicaba, BAG 02) de capim elefante com alta capacidade de produção de biomassa sem o uso de adubo nitrogenado. A produção destas variedades pode chegar a 60 toneladas/hectare/ano, o que é muito maior do que a floresta de eucalipto, fonte utilizada atualmente mas que necessita de adubo nitrogenado, além de possibilitar apenas uma colheita anual, enquanto o capim elefante possibilita quatro colheitas anuais. Parecido com a cana-de-açúcar, rico em fibras e bastante similar ao utilizado na alimentação animal, o capim elefante vem sendo apontado com uma das melhores alternativas para a produção de carvão vegetal cultivado.
Para a industria siderúrgica nacional, este resultado pode apontar a possibilidade de atendimento as exigências dos mercados Internacionais de ferro e aço, que após o Protocolo de Quioto exigem que os produtores brasileiros modernizem seus processos de substituição do carvão mineral por carvão vegetal de biomassa cultivada. Atualmente, quase totalidade do carvão utilizado é importado e de origem mineral, fazendo com que a queima contribua para o aumento do feito estufa. Deve-se destacar ainda, que no Brasil existe um déficit de carvão, sendo que industria grande parte do carvão vegetal utilizado é de florestas nativas.
Por enquanto, ainda não há estimativas com relação a redução de custos. No entanto, a criação de créditos de carbono é o que tem despertado o interesse das industrias. O uso do carvão mineral gera uma queima de aproximadamente 600 mil toneladas de CO2 (gás cabônico), enquanto o capim elefante, ajuda a absorver o CO2 na atmosfera durante o crescimento da planta.
Através de uma parceria com a Mineradora Samarcos, controlada pela Companhia Vale do Rio Doce, a Embrapa Agrobiologia desenvolve estudos para produzir capim elefante em grande escala para a indústria siderúrgica. A empresa necessita de 200 mil toneladas de carvão mineral/ano para produzir 15 milhões de toneladas de pelotas de ferro. Para substituir todo este carvão, serão necessários pelo menos 13 mil hectares de capim plantados. Do ponto de vista do agronegócio, isto pode significar a possibilidade de geração de empregos e melhoria de renda para o agricultor.
IPT – Pesquisa para utilização na produção de carvão
Se por um lado cabe a Embrapa a identificação das variedades mais eficientes de capim elefante, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT (USP), através de suas pesquisas e parcerias, está estudando uma forma de otimizar a fabricação de carvão a partir da biomassa do capim elefante.
Fonte: Embrapa
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