O relatório do conselheiro do Cade Carlos Ragazzo, apresentado no início de junho, havia defendido o veto à fusão entre Sadia e Perdigão alegando que a concentração de mercado da BRF geraria aumento de preços de alimentos e de inflação. Desde então, BRF e Cade fizeram 12 reuniões até chegarem ao acordo.
Acordo
O acordo aprovado pelo Cade prevê a suspensão da venda de produtos da marca Perdigão, entre eles presunto, pernil, tender, linguiça e paio (3 anos), salame (4 anos) , lasanhas, pizzas e congelados (5 anos).
O acordo prevê ainda a proibição de que a BRF lance novas marcas para substituir aquelas que estão sendo suspensas.
De acordo com o conselheiro do Cade Ricardo Ruiz, as alienações equivalem à produção de 730 toneladas/ano de alimentos ou 80% da produção da Perdigão voltada ao mercado brasileiro. A decisão não afeta as exportações da BRF.
Ruiz apontou que as medidas aplicadas pelo Cade pretendem ser uma vacina contra concentrações econômicas da BRF em mercados "problemáticos" e visam dar a oportunidade de entrada de uma terceira empresa com condições de competir no setor e de ser uma verdadeira concorrente da BRF.
Voto contrário
O conselheiro Carlos Ragazzo manteve seu voto contrário à fusão. Ele lembrou trecho de seu relatório que aponta que a tendência dos consumidores, com a ausência de produtos da Perdigão, é migrar para os da Sadia, e que a o acordo não garante competitividade no setor.
Na avaliação de Ragazzo, marcas como Batavo não têm condição de competir com a BRF e apenas a alienação da Perdigão seria capaz de tirar mercado da BRF e trazer competição para o setor.
Reunião
Representantes da BRF e conselheiros do Cade lados estiveram reunidos até pouco depois das 21h desta terça-feira acertando os últimos detalhes do acordo para evitar que o órgão antitruste vetasse a fusão.
A fusão entre Sadia e Perdigão foi anunciada em 2009, mas as negociações entre a BRF e o Cade se intensificaram a partir do início de junho passado, quando relatório apresentado pelo conselheiro do Cade Carlos Ragazzo pediu o veto à operação, alegando que a concentração econômica da empresa resultaria em aumento de preços de alimentos e da inflação.
Em seu relatório, Ragazzo afirmava que a união entre as empresas, principais produtoras de alimentos congelados e processados no país, cria um “cenário extremamente danoso” para o consumidor brasileiro, com aumento de preços, geração de inflação e comprometimento do poder de compra das famílias das classes C e D.
Fonte: G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário