quinta-feira, 8 de março de 2012

Copom reduz taxa básica de juros em 0,75 %, mas afinal o que isso significa?

Veja como a taxa básica de juros influencia a economia

A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais custosos--, a economia desacelera e evita-se que os preços subam --ou seja, que ocorra inflação.
Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.
É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.
Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair.
Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida suga como um ralo o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.
SELIC
Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos.
O Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.
Hoje, Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.
COPOM
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.
O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes: Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
Fonte: Folha Online

sexta-feira, 2 de março de 2012

Quebra da Grécia custaria 1 trilhão de euros, diz instituto


A economia européia precisaria da injeção de um trilhão de euros para estabilizar seu sistema financeiro caso acontecesse uma eventual quebra incontrolável da Grécia, afirma relatório do Instituto Internacional de Finanças (IIF), publicado nesta sexta-feira pela revista grega Athens News. Segundo a publicação, que divulgou trechos do relatório em sua página digital, este estudo foi emitido de forma confidencial pelo IIF às autoridades européias e gregas no dia 18 de fevereiro.
No caso de falta de pagamento por parte da Grécia, o IIF indica que a instabilidade se estenderia especialmente ao Banco Central Europeu (BCE), com uma exposição de 177 bilhões de euros à dívida grega, e poderia desestabilizar os países mais fracos da eurozona: Portugal, Irlanda, Itália e Espanha. O instituto calcula que para evitar a quebra da Irlanda e de Portugal seria necessária uma injeção de 380 bilhões, já que os sistemas financeiros destes países dependem da liquidez do BCE, que por sua vez, passaria por grandes dificuldades com seus balanços.
Para evitar que a instabilidade se transfira à Itália e à Espanha seriam necessários outros 350 bilhões para lubrificar o sistema financeiro nesses países e evitar um colapso financeiro. Além disso, seriam necessários outros 160 bilhões de euros apenas para recapitalizar os bancos mais expostos à dívida grega. Este dinheiro seria necessário para manter o funcionamento do sistema financeiro europeu, mas o custo total para a economia de todo o planeta seria muito maior.
"Seria um golpe direto à demanda agregada global e aos fluxos comerciais, já que a zona do euro representa 26% do comércio mundial", adverte o relatório. O IIF, que agrupa mais de 400 entidades financeiras de todo o mundo, negociou com a Grécia o perdão de parte de sua dívida, um plano que tem como objetivo torná-la mais sustentável para que, ainda sofrendo perdas a curto prazo, os investidores que têm bônus gregos possam recuperar seus fundos com lucro a longo prazo.
A Grécia lançou há uma semana a oferta oficial para a troca de bônus estatais, que prevê o perdão de 107 bilhões de euros de seus bônus nas mãos de bancos e outros investidores privados, algo a mais que um quarto de sua dívida de 360 bilhões, mais de 160% do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: Terra