O terremoto, seguido por tsunami, que atingiu o Japão no dia 11 deste mês poderá resultar em perdas de até US$ 235 bilhões, ou 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo estudo divulgado hoje pelo Banco Mundial (Bird). Na melhor estimativa da instituição, o prejuízo ao país é estimado em US$ 122 bilhões, equivalente a 2,5% do PIB.
Segundo avalia o Bird, o desastre deverá afetar negativamente a economia japonesa até meados deste ano, mas espera-se uma retomada nos trimestres seguintes como resultado dos trabalhos de reconstrução, que poderão durar cinco anos.
A expectativa se sustenta no comportamento da economia do Japão após o terremoto de Kobe, em 1995. Na época, diz o Bird, o comércio internacional do Japão mostrou contração em poucos trimestres, de forma que, em um ano, as importações se recuperaram totalmente, enquanto as exportações retomaram 85% do que eram antes do terremoto.
Apesar disso, os prejuízos estimados superam as perdas em Kobe, que chegaram a US$ 100 bilhões - cerca de 2% do PIB.
O estudo, no entanto, aponta que ainda é cedo para estimar com precisão os danos à economia do terremoto deste mês, citando também incertezas relacionadas à situação dos reatores nucleares no Japão
O Bird prevê que o terremoto terá impacto 'modesto' nas economias do Leste Asiático. A expectativa é que, no curto prazo, o impacto seja mais significativo no comércio exterior e nas finanças, uma vez que cerca de um quarto da dívida de longo prazo na região está denominada em iene.
O estudo também lembra que os negócios com o Japão representaram cerca de 9% do comércio das nações do Leste Asiático nos últimos cinco anos. Assim, as exportações da região poderão mostrar uma desaceleração de 0,75 ponto a 1,5 ponto percentual, caso a economia japonesa se desacelere entre 0,25 e 0,5 ponto percentual.
'Nesse momento, esperamos que o impacto desse desastre na região do Leste Asiático será pouco sentido', afirma no relatório Vikram Nehru, economista-chefe do Bird no Leste Asiático e Região do Pacífico.
Por outro lado, o levantamento diz que o terremoto e o tsunami correspondem a uma dura lembrança de um dos maiores desafios da região, sua vulnerabilidade a desastres naturais.
Fonte: Globo.com
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