O Brasil está incluído em um grupo de seis economias emergentes que, segundo o Banco Mundial, irão redefinir a estrutura econômica global no futuro próximo. De acordo com um relatório lançado nesta terça-feira, em Washington, até 2025 as economias do Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Coréia do Sul vão responder por mais da metade do crescimento global.
"À medida que o poder econômico muda, essas economias bem-sucedidas vão ajudar a conduzir o crescimento em países de baixa renda por meio de transações comerciais e financeiras transfronteiriças", diz o documento.
Segundo o relatório Global Development Horizons 2011 - Multipolarity: The New Global Economy ("Horizontes do Desenvolvimento Mundial 2011 - Multipolaridade: a Nova Economia Mundial", em tradução livre), os emergentes vão crescer em média 4,7% até 2025.
Os países avançados, apesar de continuarem a ter um peso importante na economia global, deverão crescer em média apenas 2,3% no mesmo período. "A rápida ascensão de economias emergentes conduziu uma mudança pela qual agora os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento", disse o economista-chefe e vice-presidente para Economia do Desenvolvimento do banco, Justin Yifu Lin. "Estamos em um mundo realmente multipolar", afirmou.
Desafios
Para se consolidar como pólo de crescimento, no entanto, o Brasil precisa enfrentar desafios, como melhorar o acesso à educação. "O capital humano é uma preocupação em alguns pólos potenciais de crescimento, particularmente o Brasil, a Índia e a Indonésia", diz o relatório. "Reduzir lacunas educacionais e garantir acesso à educação é central", afirma o Banco Mundial.
Segundo o banco, essas medidas poderiam estimular a adaptação tecnológica doméstica, capacidade de inovação e geração de conhecimento.
De acordo com o relatório, as mudanças no balanço de poder econômico e financeiro terão reflexos em setores como os mercados de investimentos, fusões e aquisições. "As multinacionais dos mercados emergentes estão se tornando uma força na reconfiguração da indústria global, com rápida expansão dos investimentos Sul-Sul e fluxos de investimentos estrangeiros diretos", disse Lin.
"As instituições financeiras internacionais terão de se adaptar rapidamente." Segundo o documento, a participação e a influência crescentes de empresas originárias de mercados emergentes nas finanças e nos investimentos globais podem levar à criação de um marco multilateral para regular os investimentos transfronteiriços.
Moeda
O Banco Mundial projeta ainda que, até 2025, o sistema monetário internacional não será mais dominado por uma única moeda. "Ao longo da próxima década, o tamanho da China e a rápida globalização de suas corporações e bancos deverão significar um papel mais importante para o yuan (a moeda chinesa)", disse o principal autor do relatório, Mansoor Dailami.
"O mais provável é que em 2025 o panorama monetário internacional se caracterize pela presença de múltiplas moedas, com predomínio do dólar, do euro e do yuan", afirmou. Segundo o Banco Mundial, a maioria dos países em desenvolvimento seguirá usando moedas estrangeiras em suas transações com o resto do mundo.
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